Representando a autoridade moral e realizando-a pela eficácia de seu ministério, o sacerdócio é santo e infalível ao passo que a humanidade está sujeita ao vício e ao erro. O padre, agindo como padre, é sempre o representante de Deus.
Pouco importam as faltas ou até os crimes do homem. Quando Alexandre VI fazia uma ordenação, não era o envenenador que impunha suas mãos aos bispos, era o papa. Ora, o papa Alexandre VI nunca corrompeu nem falsificou os dogmas que condenavam a ele próprio, os sacramentos que, entre suas mãos, salvavam os outros e não o justificava. Houve sempre e em toda parte homens mentirosos e criminosos, mas, na Igreja hierárquica e divinamente autorizada, nunca houve e nunca haverá maus papas e nem maus padres. Mau padre são duas palavras que não concordam.
Eliphas Levi: texto extraído do livro: A Chave dos Grandes Mistérios